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Ecovia do Rio Ave no troço de Famalicão

A Associação Vento Norte  •  2025-03-27  •  Nenhum comentário
Ecovia do Ave.png
Ecovia do Ave.png


Código da proposta: IP-2025-03-15

Criar uma Ecovia ao longo do Rio Ave que faça a ligação a projetos similares dos concelhos vizinhos e que permita salvaguardar a vegetação ripícola e proporcionar uma via saudável para contacto e apre

Todos os concelhos limítrofes ao nosso que são atravessados pelo Rio Ave têm já vários percursos ribeirinhos estabelecidos e projetos de ampliação, no entanto Famalicão tem ficado para trás neste sonho de uma Ecovia da nascente à foz do Rio Ave. O concelho de Guimarães é exemplar neste aspeto pois estabeleceu um projeto global para todo o trajeto nos seus limites, que é bem planeado por equipas multifacetadas incluindo biólogos, que nos pode servir de exemplo.

O objetivo é estabelecer um percurso ao longo das margens do Rio Ave, que aproxime as pessoas da natureza, ao mesmo tempo que protege os corredores ecológicos e as galerias ripícolas. Este percurso, mais do que recreacional, seria também um espaço de aprendizagem e de proteção do nosso ecossistema e património.

Para atingir estes objetivos, há alguns princípios que têm obrigatoriamente de ser seguidos:

  • O Princípio básico é a preservação ecológica. A vegetação autóctone deve ser mantida ou mesmo ampliada, assim como devem ser reparadas áreas e corredores onde a fauna possa manter o seu ecossistema. Paralelamente devem ser eliminadas as espécies invasoras. Devem ser contornadas zonas com ecossistemas sensíveis.
  • A ecovia não deve ser impermeabilizada, ou seja, não deve ser pavimentada com alcatrão ou qualquer outro tipo de piso artificial.  Optar por materiais permeáveis, como saibro compactado ou pavimentos drenantes, que ajudam a manter o ciclo natural da água, evitam a lama e reduzem impactos ambientais.
  • As estruturas artificiais, como novas pontes e passadiços devem ser reduzidas ao mínimo indispensável, usadas apenas para permitir a continuidade do percurso ou pontualmente contornar obstáculos, de modo a garantir a preservação dos corredores ecológicos. Pode ser tentador seguir a moda dos passadiços, mas estas estruturas artificializam a paisagem e provocam significativos impactos ecológicos. Um piso de terra calcada (ver caso de Guimarães) oferece uma comodidade tão boa ou melhor do que qualquer piso de madeira, é mais acessível a pessoas com mobilidade reduzida, e adicionalmente é mais barato e mais rápido de construir.
  • O projeto pode e deve ser coordenado com os concelhos vizinhos nos pontos onde o rio estabelece fronteira, de modo a escolher a melhor margem para dar continuidade ao percurso sem obstáculos complicados ou dispendiosos de contornar, ou terrenos a que não seja possível aceder.
  • A proibição de trânsito motorizado. A ecovia é um espaço prioritariamente pedonal, ou ciclável desde que a baixa velocidade e mantendo-se dentro dos limites do percurso.
  • Deve necessitar de baixa manutenção.

Estes princípios além de preservarem o património natural, representam também a solução mais económica para a construção e manutenção da ecovia.

Outras iniciativas que enriqueceriam a Ecovia seriam, por exemplo:

  • A colocação de cartazes explicativos da flora autóctone, da fauna, ou dos ecossistemas no local.
  • A integração do património histórico como moinhos e pontes, bem como o seu devido enquadramento.
  • O estabelecimento de parcerias para a promoção de atividades educativas no percurso.

 

Bibliografia:

Ecovias do Ave—Selho—Vizela, Laboratório da Paisagem, Guimarães:  https://labpaisagem.pt/projetos/ecovias/

Principles for ecologically sustainable trails, Minnesota DNR: https://files.dnr.state.mn.us/publications/taw/trail_guidelines/sec3a.pdf

 

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